Os povos quilombolas do município de Oriximiná das
comunidades de Cachoeira Porteira, Erepecuru e da Arqmo (Associação das
Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná) bem como da
comunidade Ariramba, de Óbidos, estiveram representados na manhã desta
quinta-feira, 24, durante a realização do I Festival de Cinema de Alter. “A
Produção Audiovisual no Alto Trombetas em Comunidades Afrodescendentes” apresentou
quatro vídeos que contaram sobre as belezas, encantos e desafios dos povos
quilombolas que vivem e lutam pela preservação da floresta.
A produção audiovisual faz parte de um projeto maior
intitulado UNI, União Natureza e Inteligência, que esteve em setembro de 2018
nos territórios quilombolas para realizar oficinas, capacitações e produção audiovisual.
“A ideia é que a gente possa contar outras histórias de outros povos, como a
Associação das mulheres de Belterra sempre apoiado por instituições que tem o
pé na floresta como a Ecam e produtoras de cinema como a Cine D’elia, o Uni é
realmente essa vontade de ter um local de encontro para que a gente tenha de
fato um projeto de comunicação colaborativa”, falou o cineasta André D’elia já
pensando na continuidade do projeto.
Localizado às margens do Rio Ariramba, a comunidade possui
uma média de 40 famílias, gente que sobrevive da agricultura familiar e do
extrativismo, e durante o festival sentiu a emoção tomar conta. “A gente se
sente emocionado em ver participação da comunidade e o trabalho na elaboração
deste vídeo, então, além de emocionado eu fico feliz em ver as coisas
acontecendo e com nossa comunidade aparecendo lá fora, a nossa realidade sempre
apresentada para o mundo”, declarou Gervásio dos Santos, presidente da Associação
da Comunidades Remanescente de Quilombo Ariramba (Acorqa).
Titulado em 1998, o território Erepecuru também esteve na tela
do Festival do Cinema de Alter do Chão e nessa hora faltaram palavras mais
ficou a gratidão. “Não tem explicação você ver uma coisa que foi produzida no
território ser apresentado em um festival de cinema, ver sua imagem, seus
parceiros, a comunidade é algo incrível que vai ficar gravado para sempre na
mente da gente”, ressaltou o presidente da associação das Comunidades Remanescentes
de Quilombos da Área Erepecuru.
Cachoeira Porteira com suas belezas naturais indescritíveis e
um povo que sabe se reinventar, foi cenário do filme e também esteve presente
na apresentação. “Esse foi um momento único participar do festival e ver o
resultado de um trabalho que envolveu toda a comunidade, mostrou toda a beleza
que temos e apresentou ao mundo a importância de lutar e preservar aquele lugar”,
declarou a professora Adriana Helena Silva de Souza Moda que aparece na
abertura do filme de Cachoeira Porteira.
O projeto UNI é uma realização fruto da parceria com as comunidades quilombolas, Arqmo, Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam) e O2 Filmes, que dialoga com as ações realizadas dentro da Educomunicação que é realizada com os jovens quilombolas do município de Oriximiná no eixo Quilombola do Programa Territórios Sustentáveis.
O Programa Territórios Sustentáveis é uma iniciativa da
Agenda Pública, Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam) e Instituto do Homem e
Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) com apoio financeiro da Mineração Rio do
Norte (MRN) e Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional
(Usaid).
Quer saber mais sobre o Programa Territórios Sustentáveis
acesse www.territoriossustentaveis.org.br
ou nossas redes sociais no Instagram, Facebook e Youtube.
Martha Costa – Assessora de Comunicação da Ecam.