O desejo de conhecer melhor seu território foi
apenas um dos motivos que levou a Associação das Comunidades Remanescentes de
Quilombos do Município de Oriximiná (Arqmo) a buscar parcerias para realizar o
levantamento socioeconômico e o mapeamento territorial das oito associações
quilombolas do município. A iniciativa teve seu ponto de partida em 2015 e após
treinamentos e capacitações realizadas em Porto Velho (RO), São Paulo (SP) e em
Oriximiná (PA) onde foram capacitados 23 jovens que durante os anos de 2017 e
início de 2018 realizaram a aplicação de um formulário para coletar dados
socioeconômicos utilizando as ferramentas ODK (Open Data Kit) e Google Earth.
Durante a Conferência na Califórnia a
Coordenadora Administrativo da Arqmo, Claudinete Colé, falou sobre a
importância do uso das ferramentas para o fortalecimento das associações,
preservação da cultura, identidade dos povos quilombolas e meio
ambiente. “A nossa finalidade foi divulgar para o mundo como as novas
tecnologias (ODK e Google Earth) ajudaram a desenvolver trabalhos importantes
das comunidades. Tudo começou quando a gente percebeu que não tínhamos informações sobre os
nossos territórios e que sem essas informações seria difícil conseguir projetos
e outras coisas para desenvolver as comunidades”, frisou Claudinete ao recordar
como tudo começou.
As ações que
possibilitaram aos povos quilombolas de Oriximiná o contato com essas duas
importantes ferramentas gratuitas, o ODK (Open Data Kit), software que
possibilita a criação de formulários eletrônicos para coleta de dados, Google
Earth (Google Terra), Sistema de Informação Geográfica (SIG) ferramenta de
navegação por meio de imagens de satélites, iniciaram em 2015 com as
ações do Programa Territórios Sustentáveis que possibilitaram intercâmbios e as
capacitações a mais de 20 jovens pertencentes a comunidades quilombolas de
Oriximiná.
Com o uso das ferramentas foi
possível realizar o mapeamento dos territórios
quilombolas conhecendo costumes e tradições, detalhando as riquezas naturais cachoeiras
e outros pontos importantes, como o barracão de Pedra no Erepecuru, o
extrativismo por meio da coleta da castanha e os acordos de pesca. O
levantamento socioeconômico, possibilitou aos quilombolas saberem qual a origem da água consumida
nos quilombos, quais as histórias de cada comunidade, como é feita a pesca,
agricultura, extrativismo, uso das ervas medicinais e outros dados
importantes ligados a preservação do território e cultura de seu
povo.
O presidente da Equipe de
Conservação da Amazônia (Ecam), Vasco Van Roosmalen, ressaltou que os
resultados obtidos são fruto da confiança estabelecida entre o Programa
Territórios Sustentáveis e a Arqmo. “Nós nos sentimos muito orgulhosos com a
apresentação dos resultados obtidos a partir desse trabalho que realizamos com
os povos quilombolas, isso demonstra que estamos seguindo no caminho para o
fortalecimento das associações. Ainda estamos no começo e todo o resultado só foi possível pelo
esforço e determinação de cada quilombola que acredita na força das parcerias ”,
destacou o presidente da Ecam.
O Programa
Territórios Sustentáveis é uma iniciativa que busca contribuir para a
construção de uma estratégia sustentável e que possui gestão integrada da
Agenda Pública, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e
Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam) que conta com o apoio financeiro da Mineração
Rio do Norte (MRN), e parceria da Agencia dos Estados Unidos para o Desenvolvimento
Internacional (Usaid).
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Foto sobre a Ponte Golden Gate em San Francisco/Califórnia (Vasco van Roosmalen)
Por: Martha Costa – Assessora de Comunicação da Ecam
Jornalista DRT 2974/PA