A história de vida de seu
Gervásio é igual a de tantos outros quilombolas que trabalham cultivando a
terra e após a produção dos derivados da mandioca saem das comunidades ainda na
madrugada em pequenas embarcações para assegurar o sustento de suas famílias.
“A gente vive da agricultura e se não trabalha é um Deus nos acuda. Na feira
tem dias que vende R$ 300,00 e quando a venda é boa a gente ganha até R$
800,00”, declarou o líder quilombola que juntamente com a família e a família
dos três filhos casados, todos residentes no mesmo domicílio, trabalha na
produção dos derivados da mandioca como a farinha d’água, farinha de tapioca e
beijus, produto muito apreciado na culinária local, e no extrativismo com a
produção do açaí e castanha do pará.
A Cooperativa Mista dos Povos e
Comunidades Tradicionais da Calha Norte – Coopaflora é outro exemplo
importante, recém-criada e fonte de renda para povos indígenas, ribeirinhos e
quilombolas, antes da pandemia chegou a efetivar uma venda de 48.070 kg de
castanha do pará o que equivale a 878 hectolitros de castanha. “Depois do foco
da pandemia não compramos mais castanha e nem um produto do extrativismo por
conta dos trâmites legais, e isso reflete de forma negativa pois cai o preço
dos produtos e o produtor fica nas mãos dos atravessadores que usam a pandemia
como forma de tirar vantagem”, ressaltou Rogério Pereira, presidente da
Coopaflora.
Com
as publicações de isolamento, decretos e instruções normativas por parte do
poder público, os povos quilombolas dos oito territórios de Oriximiná seguem
orientados a permanecerem nos quilombos como forma de conter o avanço e o
contágio comunitário. Ainda no mês de março, com apoio de instituições governamentais
e privadas foi criado um GT (Grupo de Trabalho de Combate ao coronavírus) e
entre as ações está doação de cestas básicas, como medida para manter os
quilombolas em suas comunidades. Em Oriximiná a Arqmo também criou a campanha
#FicaemCasaQuilombola nas redes sociais e whatsapp, além de uma campanha de
arrecadação virtual https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajuda-humanitariana-para-os-povos-quilombolas-da-amazonia.